Doenças Psicossomáticas: Causas e tratamento
15/01/2022Quem está sujeito a sofrer com os sintomas da ansiedade?
22/02/2022O Estresse: Uma Resposta Natural do Organismo aos Desafios da Vida
O estresse é um mecanismo de resposta fisiológica do organismo, desempenhando uma função adaptativa e reguladora. Em princípio, é essencial para nossa sobrevivência e positivo para enfrentarmos as adversidades e demandas da vida.
Esta reação do corpo e da mente diante dos desafios serve para preparar o organismo para a adaptação e a ação, ativando a produção de adrenalina, o que aumenta a energia e a capacidade de resistência, melhorando assim o desempenho e garantindo a sobrevivência.
Mecanismo Fisiológico do Estresse
O mecanismo fisiológico do estresse é um fenômeno complexo que envolve múltiplos sistemas do corpo humano, principalmente o sistema nervoso e o sistema endócrino. Este processo, muitas vezes referido como a “resposta de luta ou fuga”, é orquestrado para preparar o corpo para enfrentar uma ameaça percebida ou desafio.
Em situações de tensão, o corpo humano desencadeia uma série de respostas e reações coordenadas pelo sistema nervoso autônomo. Isso envolve a liberação de hormônios específicos como adrenalina, cortisol e noradrenalina, preparando o corpo para ação. Essa reação adaptativa tem o propósito de nos tornar mais alertas e energizados, aumentando assim nossa capacidade de resistência e desempenho.
Em momentos de forte estresse, o organismo responde alterando sua homeostase, como um sinal de alerta indicando que algo está fora do padrão.
Quando começamos a sentir estresse, nosso corpo e mente passam por um processo interessante para lidar com o que está nos perturbando. Este processo começa no nosso cérebro, onde reconhecemos algo que nos preocupa ou ameaça. Vamos simplificar as etapas desse processo:
-
Reconhecendo o Estresse: O início de tudo é quando algo nos faz sentir estressados, e isso é detectado principalmente no cérebro. Duas partes do cérebro são superimportantes aqui: a amígdala, que é como um alarme para nossas emoções, nos alertando sobre o perigo, e o córtex pré-frontal, que nos ajuda a pensar sobre o que fazer a seguir. Eles trabalham juntos para avaliar se precisamos nos preocupar com algo.
-
Preparando o Corpo: Assim que detectamos o perigo, nosso corpo se prepara para reagir. Isso é feito pelo sistema nervoso autônomo, que ativa a parte do nosso sistema nervoso responsável por nos preparar para lutar ou fugir. Isso aumenta nossa frequência cardíaca, nossa pressão arterial e faz com que nosso corpo libere adrenalina e noradrenalina, hormônios que nos deixam em alerta.
-
Resposta a Longo Prazo: Enquanto isso, o cérebro envia sinais para liberar outros hormônios, iniciando com o hipotálamo que manda um sinal para a glândula pituitária, que então envia um sinal para as glândulas adrenais para liberar cortisol. O cortisol é conhecido como o “hormônio do estresse” e ajuda o corpo a se manter pronto e alerta por mais tempo, além de regular outras funções importantes durante o estresse.
-
Equilibrando a Resposta: Para garantir que nosso corpo não reaja exageradamente ao estresse, existe um sistema de equilíbrio. O cortisol, depois de um tempo, ajuda a dizer ao nosso cérebro para “acalmar” a produção de hormônios do estresse, garantindo que não entremos em um estado de alerta constante.
O organismo desencadeia uma série de reações quando confrontado com uma situação que demanda esforço para adaptação. Este mecanismo de resposta ao estresse é caracterizado por três fases distintas: alerta, resistência e exaustão.
1ª fase: Alerta
Nesta fase, o estresse cumpre sua função adaptativa, necessária para nossa sobrevivência. E, a partir do contato com o agente estressor, o corpo sofre alterações que têm a finalidade de prepará-lo para a fuga ou para a luta.
O organismo produz adrenalina e aumenta a energia e a disposição, nas doses necessárias para uma ação. Também aumentam a criatividade, a capacidade para lidar com situações emergenciais e a produtividade.
Embora este sistema de alerta seja necessário, ele deve cumprir somente uma função. Desta forma, se a pessoa consegue manejar o estresse nesta fase e se adaptar a ele adequadamente, o organismo volta ao estado inicial de equilíbrio homeostático e não haverá danos.
Esta é a reação inicial do corpo ao e
2ª Fase: Resistência
Para voltar ao estado normal, o organismo tenta se reequilibrar, aumentando sua capacidade de resistência. Ou seja: para manter o equilíbrio, o organismo vai além do que, normalmente, pode suportar.
Esta dinâmica exige o uso de muita energia e, consequentemente, são percebidos alguns sintomas, como: cansaço, tontura, formigamento, lapsos de memória e mal-estar.
A energia necessária para esta adaptação é limitada e a permanência do estímulo estressor pode levar o organismo ao esgotamento.
3° fase: Exaustão
Esta fase ocorre quando os estados físicos e psicológicos ficam comprometidos e a pessoa passa a ter dificuldades para realizar suas atividades diárias.
Nesta fase, o cansaço se torna crônico e surgem problemas de: irritabilidade, isolamento social, dificuldade sexual, queda de cabelo e insônia.
Quando o agente estressor for muito potente e prolongado, ocorre desequilíbrio na defesa imunológica do organismo. Isso pode resultar em maior pré-disposição ao desenvolvimento de doenças mais graves, como: depressão, úlceras, alergias, problemas na pele, no intestino.
Emoções também geram estresse
Da mesma forma que o estresse, as emoções também são necessárias e possuem funções específicas.
Uma emoção é um conjunto de respostas químicas e neurais, baseadas nas memórias dos sentimentos, que surgem quando o cérebro recebe um estímulo externo. Dentre as emoções, o medo, a raiva e a ansiedade se destacam como os principais agentes da ruptura da homeostasia corporal. São respostas orgânicas, mentais, psicológicas e comportamentais para enfrentar e se adaptar aos agentes estressantes.
Porém, elas cumprem uma função adaptativa e, quando bem administradas, permitem o ajuste à realidade e possibilitam enxergar linhas de fuga.
É importante gerenciar o estresse para evitar seus efeitos negativos.
Perceber e reconhecer as emoções e os próprios sentimentos são habilidades que nos ajudam a lidar com o estresse e as adversidades da vida com maior eficácia.
Tais aptidões enriquecem nossas relações pessoais, profissionais e, consequentemente, nos ajudam a manter uma boa saúde.
Por outro lado, o fato de não saber lidar com as emoções limita nossa capacidade de conhecê-las e aceitá-las de forma plena. E isto é fundamental para podermos desenvolver habilidades que nos levem a agir adequadamente diante de situações estressantes.
A psicoterapia oferece ferramentas e estratégias para lidar com as pressões da vida de maneira mais eficaz.
Ajuda a desenvolver a capacidade de reconhecer e de lidar com as emoções. Além de fornecer recursos que promovem o crescimento pessoal, bem como habilidades técnicas e ferramentas para o gerenciamento e regulação do estresse.
O autoconhecimento é crucial para identificar áreas de vulnerabilidade e implementar mudanças positivas.
É importante compreender as situações ou pensamentos que causam ansiedade e aprender a desenvolver estratégias para enfrentá-los de maneira mais adaptativa.
Mary Scabora
Psicologia Clínica
Cuidar da saúde mental e emocional também é cuidar da saúde.
Cuide de si!