Obesidade, Cirurgia e Emagrecimento
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Mulheres que trabalham fora e ainda são mães sempre se sentem dividas. Aprenda a conciliar as tarefas e fazer o seu melhor
*Integra da entrevista concedida para a revista Eu Brasileira Leia eubrasileira-ed2-pags48_49Eu brasileira – É possível conciliar trabalho e filhos?
Mary Scabora – Não só é possível, como também é a realidade da maioria das mulheres. Para muitas mulheres trabalhar trata-se de necessidade e não é apenas uma escolha, pois na maioria das famílias brasileiras o salário dela complementa a renda familiar.
A maternidade exige responsabilidades e gera muitas mudanças, mudam-se as relações e as prioridades. É importante que ela compreenda que se trata de um processo de reorganização da vida em todos os aspectos e que ideal é não criar grandes expectativas, pois quando não supridas geram frustrações que só servem para alimentar a culpa em não estar exercendo seus ‘papeis’ da maneira que idealizou, mas que nem sempre é possível na realidade.
Eu brasileira – Como fazer isso sem deixar a desejar nas duas tarefas?
Mary Scabora – Aceitando que não poderá dar conta de tudo! Supermulheres não existem. Aceitar que pode ser boa mãe e profissional sem precisar ser perfeita, compreender que em alguns momentos ela será falha em algum dos papeis e o autoflagelo que normalmente elas se impõem em função da culpa não é a saída mais saudável.
Muitas mulheres também optam por uma organização de trabalho mais flexível, que permita dedicar mais horas do dia à criação dos filhos, principalmente na primeira infância.
Trabalhar em casa, ou em meio expediente, trabalhos sem horário fixo, com maior independência permitem que a mulher possa ter uma agenda dividida onde os filhos são priorizados sem abrir mão da renda e da satisfação pessoal pelo trabalho.
Eu brasileira – Muitas mães se culpam por passar muitas horas no trabalho?
Mary Scabora – Sim, o sentimento de culpa é comum até mesmo entre mães que se dedicam integralmente à maternidade.
Muitas mães acham que estão sempre devendo aos filhos, que estão sendo egoístas por se dedicarem a carreira ou que estão sendo falhas na função.
Porém a culpa não precisa ser tomada como punição e o fato de sentir culpa, não significa que seja realmente culpada de alguma coisa. Em certa medida a culpa é benéfica, pois nos conduz à reflexão e nos faz olhar com mais atenção para nossas escolhas e comportamentos.
Eu brasileira – Como ser uma mulher bem-sucedida no trabalho e ainda ser uma boa mãe?
Mary Scabora – Não existe uma formula ideal. Vai depender do que significa para cada um ser bem sucedido. De qualquer maneira o bom senso é sempre o melhor aliado no dilema maternidade x carreira.
Impor-se a perfeição é criar demandas que muitas vezes levam até mesmo ao adoecimento.
Eu brasileira – É possível acompanhar o crescimento, dar uma boa educação, mesmo mantendo o trabalho-casa-filhos?
Mary Scabora – Sim, uma coisa não anula a outra. O mais importante é a qualidade do tempo que passam juntos.
Mary Scabora Psicóloga Clínica
Cuidar da saúde mental também é cuidar da saúde. Cuide de si!