O cuidado de Si e o Controle da Ansiedade
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15/01/2022Quando a Ansiedade Vira Pânico:
Entendendo a Ansiedade e Tratando o Transtorno do Pânico
Quando a ansiedade vira pânico, o impacto na vida cotidiana pode ser devastador. Em níveis moderados, a ansiedade é uma resposta natural e útil ao estresse, preparando-nos para enfrentar desafios. No entanto, quando essa ansiedade se intensifica e se transforma em um transtorno do pânico, o resultado são ataques de pânico súbitos e intensos que podem paralisar o indivíduo.
Para reconhecer os sintomas e buscar o tratamento adequado, é crucial entender a diferença entre ansiedade normal e transtornos de ansiedade, assim como saber como a ansiedade pode evoluir para um transtorno do pânico. Com esse conhecimento, podemos restaurar a qualidade de vida, garantindo mais saúde e bem-estar.
O Que é Ansiedade?
Ansiedade Normal vs. Transtornos de Ansiedade
A ansiedade é um estado emocional comum que faz parte da experiência da vida. Todos experimentamos em diferentes momentos da vida. Por exemplo, sentimos ansiedade diante acontecimentos bruscos, como a iminência de um desastre, ao nos defrontamos com prazos para a conclusão de uma tarefa ou até mesmo quando algo bom está para acontecer.
No entanto, quando a ansiedade se torna persistente, excessiva ou desproporcional às circunstâncias, ela pode evoluir para um transtorno de ansiedade. Essa mudança interfere negativamente em nossa vida diária, prejudicando nosso bem-estar e funcionalidade. É crucial entender essa diferença para reconhecer quando a ansiedade ultrapassa os limites do normal e se torna um problema que necessita de atenção.
Saiba mais: Quem está sujeito a sofrer com os sintomas da ansiedade?
Ansiedade Normal: Um Estado Produtivo
Benefícios da Ansiedade Moderada
Em determinado grau, a ansiedade é um estado de ânimo produtivo. Quando experimentada em níveis moderados, ela pode ser benéfica e funcional, aumentando a capacidade de realização e colaborando para que estejamos alerta, focados e preparados para enfrentar os desafios. Ela nos protege de possíveis perigos, preparando o organismo para obter êxito com um comportamento de ataque ou de fuga.
No entanto, é crucial monitorar os níveis de ansiedade para garantir que ela permaneça dentro de limites funcionais e não se torne debilitante.
A ansiedade normal funciona como um sinal de alerta preparando o indivíduo para a ação.
Quando a Ansiedade se Torna Prejudicial?
A apreensão é uma característica central dos distúrbios de ansiedade. Todos os distúrbios de ansiedade manifestam-se principalmente por um alto nível de apreensão, angústia e expectativa de que algo ruim aconteça, acompanhados por reações físicas e mentais desconfortáveis, como medo excessivo, pânico e temor.
Pessoas que sofrem de transtornos de ansiedade frequentemente experimentam uma preocupação constante, medo de eventos futuros e uma sensação geral de angústia. Esses sentimentos são acompanhados por reações físicas e mentais desconfortáveis, como tensão muscular, dificuldade de concentração e alterações no sono.
“Em todo lugar o que é excessivo é mau.” Sêneca
Quando a ansiedade surge sem causa aparente ou em intensidade exagerada, afetando negativamente o dia a dia, ela se torna prejudicial. É importante reconhecer que há um problema.
Transtorno do Pânico: Um Caso Particular
O transtorno do pânico, por exemplo, trata-se de um caso particular de crise de ansiedade não controlada.
Entre os diversos tipos de transtornos de ansiedade, o transtorno do pânico se destaca por causar ataques de pânico súbitos e intensos, que podem ser debilitantes.
O transtorno do pânico é um tipo específico de transtorno de ansiedade caracterizado por episódios recorrentes e inesperados de ataques de pânico que são períodos de medo intenso e súbito acompanhados por uma variedade de sintomas físicos e emocionais. Esses ataques podem ocorrer sem aviso prévio e não são necessariamente desencadeados por uma situação específica.
Durante uma crise de pânico, que atinge seu ápice em 10 minutos, pelo menos quatro dos seguintes sintomas se manifestam:
- Palpitação, taquicardia
- Suor em excesso
- Tremor
- Náusea
- Tontura
- Sensação de não conseguir respirar
- Medo de perder o controle
- Medo de morrer
Muitas pessoas, num primeiro momento, recorrem ao cardiologista acreditando que algo está errado com o coração.
Leia também: O Transtorno do Pânico e o Medo de Sentir Medo
É importante ressaltar que um “ataque de pânico” e o “transtorno do pânico” são conceitos relacionados, mas distintos.
Para ser diagnosticado com transtorno do pânico, a pessoa deve experienciar ataques de pânico recorrentes e inesperados, seguidos por pelo menos um mês de preocupação persistente com a possibilidade de ter mais ataques ou das consequências dos ataques.
Os ataques de pânico ou crises consistem em períodos de intensa ansiedade e são acompanhados de alguns sintomas específicos como a sensação de medo intenso e desconforto.
Esses episódios podem ocorrer de forma isolada e não indicam necessariamente a presença de um transtorno. Na maioria das vezes, é uma reação do organismo quando se defronta com uma situação estressante cuja saída envolve decisões importantes, perdas afetivas, financeiras, mudanças de estilo de vida, etc.
Quem sofre com o transtorno do pânico tem a preocupação persistente de ter novos ataques.
O Transtorno do Pânico e seu Impacto na Vida Diária
Limitações Causadas pelo Transtorno do Pânico
Algumas pessoas acabam limitando suas vidas, evitando atividades e situações normais, como ir às compras ou pegar transporte público, por exemplo. Em casos extremos, evitam até mesmo sair de casa. Elas evitam qualquer situação que temem ou que as faria sentirem-se impotentes e sujeitas a novos ataques de pânico.
Quem sofre com pânico vive na expectativa de novas crises e busca estar em uma situação onde seja possível encontrar ajuda rapidamente.
As pessoas que sofrem com os ataques de pânico, muitas vezes acabam associando outras fobias, complementando e agregando novos medos aos medos iniciais do pânico.
Tratamento dos Transtornos da Ansiedade
Psicoterapia: A Base do Tratamento
A cura dos distúrbios de ansiedade não ocorre de forma espontânea. É necessário um tratamento específico e especializado. Logo, esse passo é decisivo para o processo de cura.
A psicoterapia é fundamental para um tratamento eficaz, pois é necessário investigar e entender a origem do problema para desenvolver o tratamento adequado. Contribui para que a pessoa possa aprender a prever e a controlar as crises por meio de técnicas específicas, atuando sobre os processos mantenedores da ansiedade e que ativam os ataques de pânico.
A psicoterapia ajuda a trabalhar a ansiedade, as fobias, e mudar a atitude perante o transtorno. Num primeiro momento, reduz as crises, a intensidade e a frequência delas, trazendo alívio significativo.
Medicação Psiquiátrica
Pode ser necessário iniciar um tratamento com médico psiquiátrico, utilizando antidepressivos e/ou ansiolíticos para mitigar os efeitos físicos provocados pelo desequilíbrio bioquímico. No entanto, a medicação nem sempre é necessária, pois cada caso é único.
Caminho para o Bem-Estar e a Liberdade
Mesmo levando um tempo, o tratamento será bem mais curto do que o período em que podem perdurar estes sintomas e sensações, prolongando o seu sofrimento desnecessariamente.
Embora o tratamento leve algum tempo, ele será bem mais curto do que o período em que esses sintomas e sensações podem perdurar, prolongando o sofrimento desnecessariamente.
Portanto, é muito importante reconhecer e aprender a lidar com os sintomas de ansiedade, além de buscar tratamento adequado para evitar transtornos de ansiedade mais graves. Quando não tratada, a ansiedade pode favorecer o surgimento de outros quadros relacionados, como fobias ou depressão, por exemplo.
Em alguns casos, ocorre a remissão dos sintomas. Isso depende dos fatores que desencadeiam ou agravam os sintomas. No entanto, uma vez que a pessoa esteja munida de informações, terá capacidade de manejar as crises e mais possibilidades de lidar com elas, de forma que as crises não se instaurem.
Mary Scabora
Psicóloga Clínica
Cuidar da saúde mental também é cuidar da saúde.
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