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A sexualidade na terceira idade é um tema que frequentemente é cercado por tabus e preconceitos. No entanto, com o aumento da longevidade e uma maior participação dos idosos na sociedade, é fundamental abordar a importância da vida sexual para a saúde e o bem-estar emocional nesta fase da vida.
Diminuição da Libido na Terceira Idade
A diminuição da libido em idosos está ligada a mudanças físicas, patológicas, sociais e emocionais. Nos homens, é natural que, com o processo de envelhecimento, ocorra gradativamente uma queda da testosterona, que interfere no apetite sexual. Além disso, o uso de determinados tipos de medicamentos para tratar doenças como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares e depressão pode inibir o desejo sexual.
Em grande parte dos idosos, é comum a disfunção erétil, que é diferente de libido, pois a ereção não tem, necessariamente, relação com excitação sexual. Diante desse quadro, muitos homens enfrentam uma diminuição na autoestima e na segurança, além de um aumento na ansiedade devido à constante preocupação com sua capacidade e desempenho sexual. Isso compromete sua relação com o sexo e interfere na vontade de fazer sexo.
Fatores Emocionais e Sociais que Afetam a Libido e Impactam a Sexualidade na Terceira Idade
Tanto em homens quanto em mulheres, fatores emocionais como estresse, ansiedade ou depressão, muitas vezes resultantes de problemas no trabalho, casamento, filhos ou finanças, podem afetar a libido. Além disso, outras questões emocionais são comuns às dificuldades da condição de ser idoso.
Nas mulheres, a diminuição da libido pode estar relacionada ao uso de medicamentos para doenças orgânicas e dificuldades psicológicas, como antidepressivos, tranquilizantes e ansiolíticos, que inibem o desejo sexual.
Impacto da Menopausa na Libido Feminina
Com a chegada da menopausa, é possível que a mulher tenha interferências na libido devido a sintomas que tornam o sexo desconfortável e menos prazeroso. Durante esse período, mudanças físicas e orgânicas podem causar dor durante o ato sexual devido à secura vaginal, comprometendo a qualidade do sexo e diminuindo a vontade. No entanto, as questões hormonais têm menor relevância na diminuição da libido. Fatores psicossociais e culturais têm maior efeito sobre a libido feminina.
A mulher sofre ainda mais que o homem com preconceitos e discriminação relativos à sua vida sexual. É comum que mulheres que tiveram uma vida sexual desprovida de prazer e mantinham a atividade sexual apenas como “dever” conjugal usem a menopausa para abster-se das atividades sexuais, alegando falta de desejo devido ao término da menstruação ou questões hormonais.
Importância do Conhecimento sobre o Envelhecimento: Enfrentando as Mudanças na Sexualidade
Para contornar essa situação, é importante que os idosos busquem conhecimento sobre o processo de envelhecimento, as transformações do corpo e se conscientizem das implicações desse processo. Entender as mudanças que ocorrem no organismo ajuda a se adaptar e desenvolver uma atitude positiva frente à nova realidade.
Na maturidade, o sexo se torna cada vez mais afetivo. É necessário mudar a visão médica do sexo focado apenas no coito, reconhecendo que existem outras práticas sexuais igualmente prazerosas. A sexualidade e a relação sexual são distintas. A sexualidade está relacionada à intimidade, ao contato e aos sentimentos ternos manifestados de múltiplas formas. A prática da atividade sexual é importante também para os idosos, além de ser extremamente benéfica para a saúde física, promovendo mais qualidade emocional.
Desconstruindo Preconceitos sobre a Sexualidade na Terceira Idade
Muitos idosos têm dificuldade em aceitar mudanças sexuais, como os homens que enfrentam problemas de ereção, devido a uma combinação de fatores físicos, emocionais e culturais.
O envelhecimento é um processo fisiológico natural, onde ocorrem muitas mudanças físicas e orgânicas. Naturalmente, em função dessas mudanças, a forma de se relacionar com as coisas também muda. Esse é um momento em que a vida sexual é reformulada. No entanto, as pessoas não se preparam para o envelhecimento e não buscam compreender os anseios e as dificuldades relativas a essa fase da vida.
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Desafios Culturais e a Sexualidade na Terceira Idade
Vivemos em uma cultura machista que valoriza a juventude. Simbolicamente, o pênis é associado ao falo, que representa poder e força. Alguns homens sentem que sua virilidade e masculinidade estão ameaçadas diante da dificuldade de manter uma ereção. Sentem-se constrangidos, e as repercussões podem ser danosas para a saúde física e emocional.
Muitos homens, na tentativa de recuperar a mesma ereção da juventude, recorrem a infindáveis tratamentos, obtendo pouco ou nenhum sucesso. Isso pode levar a um aumento da ansiedade, comprometendo ainda mais o desempenho e tornando-se um dos principais responsáveis pela sua dificuldade sexual.
Alguns idosos acreditam que “perdem o direito” de manter uma vida sexual por causa da idade e até mesmo a sociedade trata o assunto com certo preconceito. Como mudar esta visão?
Apesar dos fatores culturais rotularem e quererem enquadrar os idosos em um padrão de comportamento, a velhice conserva a necessidade psicológica de atividade sexual continuada. A vida sexual não termina; há continuidade por meio de pensamentos e desejos sexuais. Não existe uma idade específica para que isso aconteça, pois questões relativas ao sexo e atividades sexuais começam na mente.
A mudança é gradual, pois a sociedade está envelhecendo e a expectativa de vida aumentou. É natural que ocorram mudanças que lançam novos olhares para a vida sexual dos idosos. É preciso desconstruir o preconceito social em relação a idosos sexualmente ativos. Esclarecer que o sexo e a intimidade podem continuar a ser praticados, independentemente de padrões de desempenho e sem culpas. Descobrir que existem outras formas de prazer sexual é essencial.
Benefícios de uma Vida Sexual Ativa na Terceira Idade
Algumas pessoas continuam bastante ativas mesmo com a idade avançada. Estudos comprovam que a maior parte das pessoas idosas é capaz de manter uma atividade sexual satisfatória. Muitas mulheres usufruem de uma vida sexual mais plena na maturidade, especialmente após os 50 anos, quando já não têm as mesmas demandas que ocupavam seu tempo e tornavam os dias mais cansativos.
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Idosos que mantêm uma vida sexual ativa melhoram a qualidade de vida e colaboram para a manifestação de sentimentos positivos para a saúde emocional. Sentem-se mais competentes e confiantes, resultando em entusiasmo e alegria, elevando a autoestima e a segurança. Isso aumenta a capacidade de produzir e criar. E, assim viver o envelhecimento encontrando o prazer não só na atividade sexual, mas nas diversas áreas da vida.