Sabemos lidar com a dor física, mas não aprendemos a lidar com emoções.
30/11/2021Doenças Psicossomáticas: Causas e tratamento
15/01/2022“Em todo lugar o que é excessivo é mau.” Sêneca
Texto atualizado em 19/02/2024
A ansiedade é um estado emocional que faz parte da experiência da vida. Sentimo-nos ansiosos diante de um acontecimento brusco, como a iminência de um desastre, quando nos defrontamos com prazos para a conclusão de uma tarefa ou até mesmo quando alguma coisa boa está para acontecer.
Em determinado grau é um estado de ânimo produtivo, pois aumenta a capacidade de realização colaborando para que estejamos alertas e preparados para o desafio e nos protege de possíveis perigos, preparando o organismo para obter êxito com um comportamento de ataque ou de fuga.
A ansiedade normal funciona como um sinal de alerta preparando o indivíduo para a ação.
Quando, porém, a ansiedade vem sem causa aparente ou em intensidade exagerada e passa a afetar negativamente o dia-a-dia, torna-se prejudicial. É melhor reconhecer que há um problema.
Todos os Distúrbios de Ansiedade manifestam-se principalmente por um alto nível de apreensão.
Experimenta um estado emocional de angústia, uma expectativa de que algo ruim aconteça acompanhado por várias reações físicas e mentais desconfortáveis. Muitas vezes, incluem medo excessivo, pânico e temor. É uma resposta a uma ameaça interna, vaga e desconhecida.
O transtorno do pânico, por exemplo, trata-se de um caso particular de crise de ansiedade não controlada.
É importante ressaltar que um “ataque de pânico” e o “transtorno do pânico” são conceitos relacionados, mas distintos.
O transtorno do pânico é uma forma específica de transtorno de ansiedade caracterizado por episódios de medo intenso e súbito, conhecidos como ataques de pânico.
Para ser diagnosticado com transtorno do pânico, a pessoa deve experienciar ataques de pânico recorrentes e inesperados, seguidos por pelo menos um mês de preocupação persistente com a possibilidade de ter mais ataques ou das consequências dos ataques.
Os ataques de pânico ou crises consistem em períodos de intensa ansiedade e são acompanhados de alguns sintomas específicos como a sensação de medo intenso e desconforto.
Esses episódios podem ocorrer de forma isolada e não indicam necessariamente a presença de um transtorno. Na maioria das vezes, é uma reação do organismo quando se defronta com uma situação estressante cuja saída envolve decisões importantes, perdas afetivas, financeiras, mudanças de estilo de vida, etc.
Durante a crise, que tem seu ápice em 10 minutos, pelo menos quatro dos seguintes sintomas se manifestam: Palpitação, taquicardia, suor em excesso, tremor, náusea, tontura, sensação de não conseguir respirar, medo de perder o controle, medo de morrer. Muitos, num primeiro momento, recorrem ao cardiologista acreditando que algo esta errado com o coração.
Algumas pessoas acabam limitando muito sua vida evitando atividades e situações normais, atividades diárias tais como ir às compras, pegar condução, ou em alguns casos, até mesmo têm medo de sair de casa.
Quem sofre com o pânico tem a preocupação persistente de ter novos ataques
Basicamente evitam qualquer situação que temem ou que os faria sentirem-se impotentes e sujeitos a novos ataques de pânico. Passa-se a viver na expectativa de novas crises e busca-se estar em uma situação em que seja possível encontrar ajuda.
As pessoas que sofrem com os ataques de pânico, muitas vezes acabam associando outras fobias, complementando e agregando novos medos aos medos iniciais do pânico.
Tratamento dos distúrbios da ansiedade
A ‘cura’ não se dá de forma espontânea, o que significa que os sintomas não desaparecem a menos que a pessoa receba tratamento específico, especializado, para que seja eficaz. Esse é o passo embora seja o mais difícil é decisivo para o processo de cura.
A psicoterapia é fundamental para um tratamento eficaz, pois é necessário investigar e entender a origem do problema para que o tratamento adequado seja desenvolvido. Contribui para que você possa aprender a prever e a controlar as crises por meio de técnicas específicas, atuando sobre os processos mantenedores da ansiedade e que ativam os ataques de pânico.
A psicoterapia ajuda a trabalhar a ansiedade, as fobias, e mudar a atitude perante o transtorno. Num primeiro momento, reduz as crises, a intensidade e a frequência delas, trazendo alívio significativo.
Mesmo levando um tempo, o tratamento será bem mais curto do que o período em que podem perdurar estes sintomas e sensações, prolongando o seu sofrimento desnecessariamente.
É muito importante reconhecer e aprender a lidar com os sintomas. Tratar para evitar o aumento dos sintomas ou favorecer o surgimento de outros quadros relacionados à ansiedade. Como fobias ou a depressão, por exemplo.
Em alguns casos ocorre a remissão dos sintomas. Depende dos fatores que desencadeiam ou agravam os sintomas. Mas, uma vez que a pessoa esteja munida de informações terá capacidade de manejo das crises, terá mais possibilidades de lidar com eles de forma que as crises não se instaurem.
Pode ser necessário também iniciar um tratamento com médico psiquiátrica com antidepressivos e ou ansiolíticos para acabar com os efeitos físicos provocados pelo desequilíbrio bioquímico. Porém, nem sempre a medicação é necessária, cada caso é um caso.
Mary Scabora
Psicologia Clínica
Cuidar da saúde mental e emocional também é cuidar da saúde. Cuide de si!